sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Testemunho pessoal: sacolinhas plásticas

Vou transcrever aqui um e-mail que escrevi prum grupo de amigos, inspirada em várias coisas que procurei e li, depois de começar a acessar esse blog. Espero que vcs curtam...

"Já vinha pensando no lance dos sacos plásticos, mas agora noiei de verdade. Sei lá, começou com um e-mail que recebi hj da minha irmã, sobre um blog que ela montou com amigos pra falar de atitudes ecológicas (http://atoconsciente.blogspot.com). Fui procurar outras informações, li um monte de coisas em vários lugares (ex: http://facaasuaparte.blogspot.com/2007/09/o-fim-da-minha-ingenuidade-ambiental.html, http://noimpactman.typepad.com/blog/) e noiei forte.

Foi bem natural, pra mim, começar a recusar os panfletos que a galera costuma entregar nos faróis. Odiava ter aquela lixarada no carro, bastava dizer "não, obrigada" e beleza. Mesmo porque não via utilidade nenhuma em pegar aquilo, não tava procurando apê e, mesmo se estivesse, sempre que penso em procurar alguma informação, a internet supre isso e vai além, então pra quê pegar a porra da propaganda, se nem guardar pra ver depois eu vou? Uma vez, depois de anos, vacilei e peguei: fiquei me sentindo mal. Beleza, automatizou.

O lance da reciclagem foi um pouco mais árduo. Eu e o G (meu marido) pensamos em fazer isso qdo fomos morar juntos, daí uns amigos foram jantar em casa e falaram que tinham dó de jogar até a pontinha da caixa do leite no lixo normal (eu pensei "nossa, que exagero"), mas de qq jeito, a sementinha foi plantada. No começo, a gente tinha que levar o lixo até o Pão de Açúcar, mas uma vez que começamos, não dava mais pra parar. Olhava aquela garrafona PET e pensava "nem fudendo que vou deixar isso ir pro aterro sanitário!", mesmo que ela ficasse bastante tempo em casa até termos tempo de levar tudo até o supermercado. Depois, começou a ter coleta seletiva no prédio e, maravilha, era só colocar no latão de lixo certo no hall da saída de incêndio (qdo o vizinho doido não roubava o dito-cujo). Qdo mudamos pra casa nova, demorou pra começarmos de novo, a gente tinha outras mil coisas pra resolver, não sabíamos o dia da coleta, não podia colocar o lixo pra fora no dia e na hora errada, mas, com a ajuda da faxineira (pasmem!) a coisa emendou.

Lá em casa temos 2 porta-sacos, ou "puxa-sacos" pra quem preferir o trocadilho. Vivem cheios e às vezes não tem nem como "tuxar" mais. Essa última vez que fomos no supermercado, nem lembrei de levar sacolas de casa. Depois veio aquela culpa. E hoje, depois de ler tanta coisa a respeito, noiei e resolvi tentar automatizar esse lance, que nem fiz com os panfletos do farol e a reciclagem. E a caneca que trouxe pro trampo pra não usar mais copo descartável.

Vou comprar duas sacolas de lona. Uma maior, outra menor e já deixar no carro. Espero criar o hábito de andar com elas pra cima e pra baixo. Espero criar horror de saco plástico. Um dia, quem sabe, vão inventar uma sacolinha feita daquela película de celulose, 100% biodegradável, a mesma das sedinhas. Se é que já não existe. Mas até lá, espero já estar craque em levar tudo nas minhas sacolas de lona.

Inclusive lembrei que, qdo morei no Canadá, fui a primeira vez no super e o empacotador perguntou "plástico ou papel"? Fui pêga desprevenida, preferi a de plástico, que conhecia melhor e que não rasga se alguma coisa molha o fundo dela. Depois me toquei. E, por necessidade, não usava nem as de papel, enfiava tudo na mochila, porque de bike é meio tenso segurar as sacolinhas junto com o guidão (tentei isso e tomei tombo). Na volta pro Brasil, rolou aquela re-inserção na rotina da casa dos meus pais, o super não dava opção e o "pseudo-hippie way of life" foi embora rapidinho.

Certeza que essa atitude de recusar as sacolinhas ainda é muito pouco. Certeza que nunca vou abrir mão do banho quente. Certeza que não vai rolar vir de bike pro trampo. Tem certas coisas que não adianta ser hipócrita e ficar achando que vai fazer. Mas os sacos plásticos, eu pretendo de coração extirpar da minha vida. Mesmo que isso não signifique nada comparado aos trilhões de sacos que continuarão a ser produzidos, usados e jogados no lixo.

É pra mim. É só pra ficar um pouco menos na nóia, mesmo.

Bru

PS: quem sabe mandando esse e-mail, o compromisso de colocar isso em prática fica mais forte..."

Desculpem o texto enorme, mas, pelas respostas que recebi depois, acabei me convencendo de que seria legal postar aqui esse desabafo.

Uma atualização da minha jornada de recusa às sacolinhas plásticas: não precisei comprar as sacolas de lona, achei 3 sacolas legais em casa! Mas o desafio maior será na próxima compra de mês. Mantenho-os informados.

Um comentário:

Anônimo disse...

ah, muito legal seu texto!
Vai em frente com o negócio das sacolinhas, viu.
Fiz um post hoje sobre isso, queria que você desse uma olhada:
http://folhaverde.wordpress.com/2007/10/29/eles-nao-fizeram-o-bolao-humpf/

Abração